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Economia Criativa e Relacionamentos Sustentáveis

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Um artigo escrito a quatro mãos, com o Designer e Futurista William Hara, para empresas e profissionais que ainda acreditam que para se diferenciar através do Relacionamento com o Cliente é necessário investir muita energia, tempo, dinheiro, entre outros recursos, sem compreender que esse é um oceano de oportunidades baseado em ações simples, feitas de forma consistente. 

Na narrativa de hoje vamos emprestar o mundo dos artistas. Um mundo em que várias vezes nos refugiamos através dos filmes, da literatura, do teatro, da música… E que nos revela forte e constantemente a importância do perfil criativo em nosso dia a dia. Gastronomia, Arquitetura, Moda. São infinitas as áreas que revelam o poder da criatividade, e um conceito principal: 

Sozinhos o nosso trabalho não tem valor emocional!

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E se não compreendemos essa verdade, perdemos a oportunidade de desenvolver produtos e serviços que nascem de uma demanda emocional nossa, para atender a necessidade emocional do outro. É por isso que vamos compreender nos próximos parágrafos: 

Quais ferramentas e conceitos da Economia Criativa fortalecem a construção de Relacionamentos Sustentáveis?

Para responder a essa pergunta, primeiramente precisamos compreender que existem dois tipos de Mentalidade. A Linear em que existe começo, meio e fim. E a Cíclica (ou Exponencial) em que existe um começo, mas não se delimita e/ou se especifica um fim. 

Pessoas que vivem na mentalidade Linear se comportam com base em uma visão de escassez. E, pessoas que vivem na mentalidade Cíclica, comportam-se com base em uma visão de abundância. Esse segundo cenário compreende o seguinte entendimento: 

Todos os finais nos apresentam novos começos! 

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Uma realidade onde valores como reconhecimento, transparência e comunicação prevalecem, estimulando a evolução de uma perspectiva de solução individual e pessoal, para uma perspectiva de solução coletiva. Dentro de uma empresa essa transição muda o jogo! E por consequência: Os resultados.

Desenvolver e entregar produtos e serviços que nascem de uma perspectiva de solução coletiva, incentiva líderes, equipes, e marcas a fundamentarem sua cultura corporativa no cenário da abundância, de modo consciente e diferente daquele baseado na escassez, que é reflexo de um mundo habituado a valorizar apenas aquilo que é quantificável, ou seja, possível de se apresentar em números, gráficos e indicadores. 

Não quantificamos criatividade, inovação e relacionamento. E por isso, muitas vezes, nos apegamos e valorizamos apenas as técnicas, a tecnologia, os materiais e locais que nos levam a eles. 

Diante da velocidade em que vivemos, e que por consequência "exigimos" que as coisas aconteçam, inconscientemente nos contentamos com RELACIONAMENTOS NÃO SUSTENTÁVEIS. Mencionados aqui em letra maiúscula para que soem, propositalmente, como um grito de alerta, acompanhado de uma lista de sintomas para que você possa identificar se é ou não a sua realidade: 

  1. Relacionamentos transacionais, que focam apenas na troca financeira;

  2. Relacionamentos superficiais e de curto prazo, que não geram propagação positiva e recomendações sobre o seu negócio;

  3. Relacionamentos por conveniência, onde o principal critério de escolha está baseado no preço;

  4. E por fim, resultados que se apresentam como uma montanha russa. Positivos com a entrada de novos clientes, negativos quando esses clientes vão embora.

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Se você se identificou com pelo menos um dos tópicos acima, agora é a hora de começar a reverter esse cenário! E a primeira tarefa é ampliar o seu campo visual: 

Saber onde o seu cliente está mesmo após ele ir embora! E principalmente, o que o fez partir?

A Economia Criativa que nos acompanha neste artigo, é uma ciência que explica o Porquê de os Relacionamentos serem a peça chave de resultados consistentes e recorrentes. E essa explicação se baseia na Cultura e na Comunicação que existe e é praticada (ou não) em cada ambiente. Para entendermos melhor, vamos para um exemplo:

Quando um grupo de profissionais está desenvolvendo um novo produto, eles estão colocando em movimento a economia criativa da empresa. Quando este produto fica pronto e é divulgado para venda ele aciona outras economias:

  1. A Compartilhada, pois da ideia se transformou em objeto ou novos espaços para atender outras pessoas;

  2. A Colaborativa, pois cria em torno de si próprio uma comunidade, que começa dentro da empresa e abrange todos os seus respectivos consumidores;

  3. E a economia Multivalor, pois envolve a movimentação de recursos (tempo, dinheiro, pessoas) para que possa ser produzido, ofertado, entregue, e utilizado.

Agora conheça a Mandala da Fluxonomia, criada por Lala Deheinzelin e perceba como essas Economias, orientadas por dois eixos, se comportam:

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No eixo Linear (horizontal) está tudo aquilo que pode ser quantificado. E no eixo Exponencial (vertical) está tudo aquilo que não pode ser quantificado. Veja que tudo nasce na Dimensão Cultural (Economia Criativa) para que então possa ir para a Dimensão Técno-Ambiental (Economia Compartilhada), depois para a Dimensão Social (Economia Colaborativa), e por fim para a Dimensão Financeira (Economia Multivalor). 

O grande equívoco da atualidade é olhar para essas dimensões de forma isolada. Tanto é verdade que dentro das empresas, muitas vezes, essas áreas estão fisicamente separadas, e mais do que isso, não se comunicam.

Ora, se tenho algo para oferecer e desejo que seu valor seja reconhecido pelo cliente final, como posso permitir que as pessoas envolvidas no desenvolvimento desse produto ou serviço não o reconheça em primeiro lugar? 

Sozinhos não nos comunicamos! A comunicação é uma via de mão dupla. 

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E isso nos faz entender uma premissa matemática muito simples: 1 não exponencializa. 1 elevado a 2 continua sendo 1; 1 elevado a 1 milhão continua sendo apenas 1. E se você procura resultados exponenciais, consistentes e recorrentes agora é a hora de desenvolver uma Cultura de Relacionamentos de Alta Performance, que olha para o Futuro e define suas estratégias com foco em valores, comportamentos e expectativas que habitam o outro, e que por consequência nos conectam em um ciclo "sem fim".

Flávia Maciel