Empatia: Um mergulho no desconhecido - Parte I
Vocês já perceberam quantas pessoas falam sobre a importância da Empatia atualmente?
No decorrer de 2020 eu vi essa palavra ganhar espaço em muitos artigos, posts, palestras, vídeos… E confesso que quando algo começa a ficar muito popular eu me questiono se o real significado e valor daquele objeto, marca, ou temática permanece preservado. Pelo menos para mim.
Me desmotiva a ideia de pensar em replicar um termo apenas porque ele está em alta. Acredito que quando fazemos essa escolha estamos emergindo, como que de um mergulho no mar, retornando à superfície, e nos esquecendo de toda a riqueza que existe (abaixo) na profundidade de cada conceito que podemos abordar.
Gosto de comparar esse processo a um mergulho, porque gosto igualmente de comparar o nosso dia a dia com relação às pessoas, que estão na linha de frente do Atendimento, com esse movimento. Na superfície do mar temos o som das ondas, a luz do sol, a vista da praia, e o cheiro da maresia. Na superfície nos sentimos mais seguros.
É no mergulho, debaixo d’água que enfrentamos o desconhecido. Que a luz do Sol já não ilumina e aquece como antes. Que prendemos a nossa respiração, e encontramos o silêncio de um oceano que nos revela uma natureza totalmente ignorada por alguns. Empatia para mim é isso: Mergulhar. E se eu não mergulho na realidade do outro para compreender o que ele sente no espaço que ocupa, não sou capaz de me colocar em seu lugar.
No dia a dia das empresas queremos mais e melhores resultados. Queremos vendas, tickets mais altos, pedimos, analisamos e tomamos decisões sobre números. E a verdade com a qual me deparo todas às vezes em que nos permitimos nadar nesse ritmo é a de que estamos na superfície. Ignorando a natureza que existe atrás do balcão, do caixa, da bomba de gasolina, da bandeja, no estoque, na cozinha, no salão de vendas, em todos os espaços em que não existe holofote, terno, café expresso, mesa de reunião, congresso e telão.
